terça-feira, 6 de novembro de 2012

continuação


 Meus olhos se fecharam aos poucos, uma pequena gota de suor escorreu da minha testa, vindo diretamente sobre o meu nariz, eu me curvei lentamente ainda com os olhos fechados para segurar meus pés. Eu senti uma dor enorme, eu havia torcido meu pé.
 Todos olhavam em volta de mim, e perguntavam o que tinha acontecido, eu não conseguia responder a nada, as vozes iam se distanciando, eu fui lentamente me arrastando até a árvore mais próxima, lá eu me encolhi e esperei a dor passar.
     Eu comecei a repassar as cenas passo a passo em minha mente, já não sentia motivo para pensar na dor que me atormentava, meu amigo tinha sido sequestrado e eu não pude fazer nada.
 Senti um vento gelado sobre minha direção e uma mão esticou alcançando o meu celular. Era Kathy, que me olhava com seus olhos verdes brilhando, seus cabelos laranja avermelhados chegavam até as costas como uma cortina de fogo. Ela tinha a minha mochila em metade de suas costas, ao seu lado estava o Yuri, com uma expressão esquisita, ele me olhava sem parar, seus cabelos loiros e lisos eram intactos, ele usava o uniforme da escola e tinha uma câmera fotográfica em suas mãos. Seus olhos azuis cor do céu, brilhavam a todo instante sem pausa.
 Eu olhei lentamente de baixo pra cima, peguei o meu celular e sem pensar duas vezes o coloquei diretamente no bolço da frente da jaqueta. Então a Kathy que ainda me olhava perguntou.
-O que aconteceu? Por que você saiu como uma louca largando tudo no chão? Por quê? -Ela não desviou o olhar e não tinha cara de quem desistiria fácil.

-O David! Kathy o David foi sequestrado– Respondi em meio a soluços que se prolongavam com forme o meu choro aumentava.
-O que? – Disse ela com a voz mais triste, e fraca.
-Eu vi tudo!- Disse o Yuri.

 Meio mancando, fui até o banco mais próximo, ajeitei meus materiais e alcancei meu celular para Kathy para que ela pedisse para alguém vir nos buscar. Eu estava tentando ficar o mais calma possível, engoli alguns choros que fizeram a minha garganta secar aos poucos, tentava ser firme e direta.
 Enquanto o Yuri foi para diretoria falar com a secretária Selina, a Kathy ligou para o meu pai e ele já estava a caminho, ela olhou novamente para mim só que dessa vez ela não conseguiu segurar, uma lágrima percorreu o seu rosto perdidamente entre as curvas do nariz e a ponta dos lábios. Eu vi seu dedo se direcionar rapidamente para secar a lágrima. Tentei me levantar aos poucos, e então busquei as palavras mais confortadoras, como sempre fiz. Sempre fingi ser a irmã mais velha de Kathy já que ela não tem irmãos e eu sou a mais nova da minha família. Eu a abracei e então disse que tudo ficaria bem... Mas nem eu acreditava nisso.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

continuação



 Eu não me movi um instante se quer, olhava fixamente na direção da Ferrari, logo desviei o olhar quando o David apressou seu passo e começou a deslizar entre os carros, vindo em minha direção. Quando eu vi dois caras saírem da Ferrari, eu senti minhas batidas se apressarem, meus sentidos se fortaleceram e eu corri em direção ao David. Um dos caras saiu como um raio do banco da frente, ele tinha cabelos castanho escuros, pele branca como se fosse coberta de neve, usava óculos pretos com um toque de prata, e tinha uma jaqueta preta de nylon. O outro saiu do banco de trás, ele tinha cabelos negros e pele negra, era alto e forte, parecia até poder levantar o David com um dedo. Ele usava um casaco de veludo preto, e uma camiseta branca de algodão em baixo.
 Eu corria apressadamente, enquanto jogava minha mochila e meu celular no chão, David tentou passar por cima de um Jipe, mas o motorista apressado já tinha ligado o carro, e estava arrancando, quando o carro andou, o David foi jogado para trás. Eu ainda corria enquanto ouvia vozes de todos os lados gritando a todo instante para David:
-Maluco! Quer se matar?
-Sai da rua garoto! Está querendo arranjar encrenca é?
-Loucos!! Estão loucos!!
-Quer morrer moleque?
 David se levantava cambaleando aos poucos do impacto que o jipe causara. Sua perna parecia machucada e seus braços estavam arranhados. Os homens estavam mais perto do David ainda, um deles segurou no braço de David fortemente, tive a impressão de que ele balbuciava algumas palavras enquanto o puxava, o outro segurava a gola da camisa do David, e o puxava com mais força. Eu só consegui gritar histericamente enquanto uma lágrima percorria meu rosto.
 -David!! David!!
 O tempo corria, e eu corria também, meus cabelos voavam contra o vento, eu não conseguia pensar em nada, o mundo em volta estava muito lento, quanto mais eu corria, mais longe parecia que eles estavam. Eu pedi algumas vezes licença para a multidão de jovens na minha frente, mas outras vezes eu nem me dei ao trabalho de falar algo. Eu já não enxergava quase nada, corri mais uns passos até que senti o chão diante de mim. Eu havia tropeçado e a única coisa que eu consegui ver na minha frente, foi a Ferrari arrancando sem deixar rastros. Senti minha visão falhar e um raio de luz alcançou os meus olhos.
 Eu sabia que eu estava caída, sabia que eu presenciara um sequestro, mas eu não sabia o que viria a seguir.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O sequestro

Parte 1
Sequestrado?

Estava frio, não aquele frio que te congela, mas aquele frio que faz você tremer quando sente o vento no rosto.
              
                  Escola Beethoven Milady... 7h da manhã.

 Meus cabelos castanhos e lisos enroscavam-se uns nos outros voando com o vento.  A neblina ainda persistia e cegava meus olhos negros, juntei minhas mãos fazendo movimentos rápidos e atenciosos para esquentá-las. Coloquei meu casaco de couro marrom que ganhara no natal passado, ele gelou em um instante meu corpo aquecido, mas logo foi se adequando a temperatura e esquentando um pouco mais. Pressionei-o contra meu corpo a fim de não deixar uma brecha para o frio entrar. Fui até o portão lentamente, tentando fazer com que o calor continuasse intacto. Sentei no banco perto do portão de entrada e lá fiquei encolhida como um caramujo esperando a Kathy e o Yuri chegarem enquanto mergulhava num livro que eu tinha pegado na biblioteca.
 Kathy é minha amiga dês de que eu tinha seis anos, nós sempre vivemos aventuras extraordinárias juntas, nós éramos as arteiras da vila Heart. E o Yuri, eu o conheço dês dos oito anos. Quando ele chegou, se instalou na vila, como sempre fomos dar boas vindas, mas da nossa maneira. Só lembro que conseguimos deixar ele louco, até que ele nos descobriu enquanto colávamos cartaz na sacada dele. Dez de então nos conhecemos, todos nos apresentamos e somos muito amigos.
 Eu já estava sentindo a neblina ir embora aos poucos, levantei e comecei a enrolar com o dedo, uma mecha de meu cabelo bagunçado. Já eram quase 07h15min, então tratei de me apressar, guardei meu livro e peguei meu celular que estava no bolço da minha jaqueta. Já estava colocando os primeiros dígitos na tela do celular para ligar para Kathy, quando eu vi o David do outro lado da rua. Ele vinha suavemente, com o mesmo sorriso de sempre, seu olhar castanho claro e seu lindo cabelo cor de mel, que flutuavam no ar a cada passo que ele dava.
 David também é meu amigo, mas eu o conheço há quatro anos, ele chegou e como que se nos conhecêssemos há tempos ele começou a conversar comigo e com a Kathy. Ele foi o assunto do ano para alguns, pois foi o único que chegou novo na escola em dois anos.
 Eu sorri de leve até perceber o seu olhar castanho reluzente amedrontado, suas bochechas estavam pálidas, e sua pele estava mais branca do que o normal. Ele corria apressadamente em minha direção e eu congelei ali mesmo quando uma Ferrari preta e brilhante encostou rapidamente ao seu lado. Ele parou e seu olhar se derreteu em meio ao medo, suas mãos se fecharam até que a ponta de seus dedos machucaram suas mãos. Pelo o que eu conheço o David, sabia que algo estava errado, e que seja lá quem estivesse naquela Ferrari, o dava muito medo.



Continua....

atenciosamente:Juliane

 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Bem vindos!!

Oi pessoal!
Sejam bem vindos ao mundo de leitura que estou preparando para vocês.
As histórias que vou inventar não são perfeitas, mas com o tempo vão ficar cada vez melhores...
Viajem neste mundo de leitura...Mas nunca esqueçam dos comentários...